domingo, 30 de dezembro de 2007

Exposição de Arte Moderna - Colecção Berardo

Ontém ao final da tarde fui finalmente ver a tão famosa colecção do Joe Berardo. A exposição divide-se em 2 partes: a 1ª de Surrealismo; a 2ª de Minimalismo. O que tenho a dizer é: os minimalistas que me perdoeem, mas chamar arte àquilo é muito discutível. Não serei nenhuma autoridade na matéria, mas há coisas na parte dos minimalistas que roça o idiótico!
Já os Surrealistas :D respect! :D Mesmo!!!! Aqui fica a minha selecção:


Angel Plannels - La Casa Fantasmal - 1932


Hans Bellmer - La Toupie - 1956


Jacques Harold - L'Autogène - 1936


Kurt Selligman - Magnetic Mountain - 1949


Max Ernst - Paysage Noir - 1923


Óscar Domínguez - Le Couple - 1937


Rene Magritte - Le Gouffre Argenté - 1926


Reuben Mednikoff - September 29, 1937 1.30 pm (Orgiastic Melody) - 1937

Também vi quadros do Salvador Dalí, Andy Warhol, Picasso, mas não me fascinaram. A ideia que me deu foi que para os pintores mais famosos, nem o Berardo tem dinheiro para comprar as obras mais bonitas/famosas.

A colecção é vasta, mas na minha leiga opinião, fraca ao nivel de número de obras realmente marcantes. Anyway, recomendo a ala do Surrealismo com toda a força.

PS: as imagens aqui apresentadas não fazem justiça aos quadros! Os jogos de profundidade funcionam muito melhor ao vivo!

6 comentários:

Anônimo disse...

Minimalismo é realmente muito subjectivo... Acima de tudo os artistas plasticos deste movimento visavam remeter a arte para a obra de arte, subtraindo quaisquer excessos visuais. Podia-se discutir muito sobre o minimalismo, mas não podes negar que ajudou a construir uma maior compreensão sobre a arte, e da estética que lhe está inerente. Faz parte da historia... Por isso ser leigo é uma coisa, mas dizer que "há coisas na parte dos minimalistas que roça o idiótico" é já um acto de uma certa... idiotice. :p

Rik disse...

Para mim, uma tela toda pintada de branco, ou toda pintada de azul, ou toda pintada de preto não é uma obra de arte.

Sublinho, para mim. E para mim esse tipo de obras roça o idiótico, principalmente aos preços a que essas obras são adquiridas.

É sempre de evitar comparar estilos seja em que matéria for (musica, literatura por exemplo), mas acabar de ver uma série de obras surrealistas e depois ver as minimalistas ajuda a que eu tenha esta opinião.

Anônimo disse...

Atencao que ela nao estava pintada de branco. Nao estava pintada de todo!
Foi comprada e vendida logo a seguir :D

Anônimo disse...

A ignorância é uma coisa que sai cara...

Tâmarinha disse...

Bem Rik querido, tens de ter cuidado ao dizer mal do Minimalismo... (é só dos meus estilos favoritos)... hihi!

Bom, a questão é a seguinte: para a maioria dos leigos (penso eu, penso eu) Arte, é tudo aquilo em que conseguimos decifrar algo, reconhecer uma forma, entender uma composição.
Apesar de me ter formado na Faculdade de Belas Artes, digo-te que já aconteceu mais do que uma vez, entrar em Museus e rir-me do que vejo (eu e outras pessoas da área da pintura, escultura, design e até mesmo história da arte). Mas das obras de hoje.. acho muito dificil passarmos por um movimento do século XX e considerarmos idiótico.
Porquê?! Precisamente pelo que a Patrícia disse: porque faz parte da história. E eu sei que esta resposta não te chega (e não te chegar só demonstra que não és burro), mas a verdade é que, provavelmente, teria de te explicar séculos de história para compreenderes melhor.
Mas vou tentar resumir muito e explicar o melhor que consiga.

As pessoas que compram essa arte, não compram pela técnica, nem pela forma, nem pela composição (imagética, claro, composição existe sempre, por mais minimal que seja). Compram-na por aquilo que ela reprenta em termos históricos, conceptuais, pela relação da própria pintura com o artista (repare-se que, não diria impossível, mas mt raramente vemos uma obra minimal que projecte algum tipo de imagem representativa), com o suporte, mas muito principalmente em termos históricos. O porquê do seu desenvolvimento e como influênciou os artistas e movimentos seguintes.
Acredita que todos os artistas minimalistas desenham e projectam perfeitamente.

Talvez consigas compreender um pouco melhor se deres uma vista de olhos no design e na arquitectura (até escultura) minimalista. São peças muito interessantes e que marcaram muito a forma de projectar e construir obras do "hoje em dia".
Se nunca estiveste em Barcelona ou já estiveste mas não reparaste: Pavilhão alemão na Feira Mundial de Barcelona (1929), obra de Mies van der Rohe. Na música: Mr. Philip Glass. Na literatura o querido Ernest Hemingway (em "Hills Like White Elephants"). Na arquitectura a Escola de Arquitectura do Porto do Sr. Siza Vieira. E uma obra escultórica que eu amo e que abriu portas para o movimento minimal: O Beijo, de Brancusi.

Se mesmo assim não ficares convencido, desafio-te para um chá com amigas historiadoras que talvez consigam explicar um pouquito melhor.

*;)

Anônimo disse...

É um pouco exagerada a forma como estão a julgar e a questionar a opinião de alguém... trata-se apenas de opiniões, não de ignorância.
Não me podem chamar ignorante por não apreciar uma tela do Mondrian da mesma forma que um quadro de Monet.
Há quem se ria de umas obras, outros riem-se de outras. Posso achar qualquer obra do Siza Vieira muito interessante, mas ficar sempre mais maravilhado com o detalhe de uma catedral gótica qualquer, representem eles o que representarem.
Haverá obras minimalistas que me despertam menos emoções que alguns wallpapers para windows. E depois? O burro sou eu? :D
Isto é como o vinho. Há vinhos que estão classificados como "muito bons", mesmo o expoente máximo do vinho. Mas na minha opinião, na minha (como o rik bem sublinhou), posso continuar a preferir outro qualquer.
Pode soar a ignorância, mas uma opinião nunca é ignorante, é apenas o reflexo imediato do que algo desperta em nós, e essa é a mais genuína e inquestionável das opiniões.