sexta-feira, 11 de julho de 2008

Optimus Alive 08 - Day 1



Esta ano acabei por ir mesmo ao Alive! O ano passado por preguiça acabei por não ir e arrependi-me. O dia escolhido foi o 1º. Não é que os outros dias não tivessem bandas interessantes... mas o 1º dia prometia muito. E aqui vamos nós (fotos tiradas do site da Blitz):


Vampire Weekend:
Cheguei ao recinto e não pude evitar a queixa "Então mas estes gajos põe Vampire Weekend num sitio tão apertado?!?!". A tenda que era o palco secundário estava cheia e o publico vibrava com a banda. Nota-se que é uma banda que ainda só tem um CD, mas gostei muito do som. O vocalista mantem (ou melhora) a performance do CD, e algumas musicas têm uma energia muito própria (e diria unica, num estilo muito próprio). Chegámos um pouco depois do inicio, enquanto tocavam a A-Punk. Ainda nos infiltrámos um bocado. Tenho a dizer "sim senhora, gostei!". E pareciam realmente comovidos com a atitude do publico. Um caro comentador deste blog (Sez) disse que em Barcelona quando os viu não tiveram uma reacção como esta do publico e nem os artistas ficaram com aquele ar de contentes que tinham ontem. Espero que voltem a Lisboa numa sala mais pequena! :)

MGMT:

Chegaram atrasados, muito atrasados e já o publico se queixava! Depois tiveram a brilhante ideia de mandar a piadinha "we'll be back in 20 minutes". Tenho que admitir que isso condicionou de imediato a minha vontade de os ver... aind por cima porque já estava com vontade de ver só um pouco para depois ir ver The National. Começaram com uma forte "Of Moons Birds And Monsters" que me surpreendeu por ter mais energia do que esperava. No entanto, seguiu-se a Weekend Wars, uma das minhas favoritas do album... e aí perdeu-se um pouco o "sumo". Fiquei com a sensação que não ia ser um mau concerto, mas já tinha antipatizado com os rapazes e The National já estavam em andamento, por isso saída rápida. (Não têm direito a foto porque no Blitz não há, não lhes guardei qualquer espécie de rancor :P).


The National:
Vi o concerto de The National a partir de meio. Sou fã do CD Alligator, o Boxer mais recente não me cativa tanto. Quanto a The National, o que há a dizer é que são uma banda bastante competente, mas calma demais para um festival destes. Criam um ambiente mais intimo, apropriado a um Coliseu ou Aula Magna. Estavam várias pessoas a ver o concerto sentadas. Mas tocaram o hino que queria ouvir (Mr. November), a fechar um concerto que foi bom, mas que não teve as condições apropriadas (o espaço aberto e luz do dia estragaram um pouco o concerto!). Mais uma banda que espero voltar a ver noutras condições!


Gogol Bordello:
Era o concerto que estava com menos vontade de ver. O Micael e o Rui teimavam que ia ser um concertão! E aqui fica o reconhecimento que tinham razão! QUE CONCERTÃOZÃO! Uma energia como nunca tinha visto ao vivo. Se não me engano, houve 3 momentos de silêncio entre musicas ao longo do concerto inteiro. Para além do show musical (os musicos são excelentes) há também o espectáculo visual. Algumas palavras trocadas em Português do Brasil (onde eles habitam agora), uma mistura de musica cigana com tudo e mais alguma coisa, e acima de tudo, uma energia brutal. O concerto começou com muita gente para a assestir e acabou com muita gente aos saltos. Incendiaram o publico. Foram o 2º melhor concerto da noite. Se calhar até foram mesmo os melhores, mas Rage para mim estão a outro nivel.


The Hives:
Os Hives apanharam um publico cansado de Gogol Bordello, e que se afastou um pouco para recarregar baterias para o concerto que se seguia. Mas mesmo assim, com a "arrogância" que já lhes é conhecida, chegaram-se à frente e conseguiram entusiasmar. Como esquecer as declarações a alguém lá à frente "Hey fuck you... you can come to the back stage and I'll fuck you up... I might look skinny, but I can fuck you up!" hahahaha Não tiveram em mim o mesmo impacto que terão tido noutras pessoas, porque os vi no Coliseu há pouco tempo e esse sim foi um concertão de The Hives :D No Alive o publico era maior, mas havia menos gente realmente a vibrar como houve no Coliseu. Anyway, cumpriram!


Rage Against the Machine:
... indescritivel... que POWER!!!!! :D Uma das coisas que me deixava um pouco receoso era se o Zack de la Rocha ia ser capaz de manter a performance dos CDs... e sinceramente preferi a versão ao vivo: grande vocalista, muita energia, um sorriso constante! Quanto ao instrumental, baixista e baterista a mostrarem realmente o que valem (coisa que não acontecia em Audioslave)... e falemos um pouco do Tom Morello: acho que nem todas as pessoas se apercebem da dimensão, enormidade e técnica deste senhor! Ele consegue fazer todos os efeitos marados e não marados que se ouvem nos CDs. E não, não usa samplers, nem grandes processadores de efeitos que fazem o trabalho todo! Ele saca aquilo tudo ele próprio, ora usando o switch de pickups, ora usado a ponta do jack nas cordas, ora raspando as cordas com a palheta, ora esfregando o braço, ora sacando harmónicas de uma maneira marada... Comentava no final do espectáculo: Satrianis e afins têm técnicas perfeitas, mas limitam-se a aplicar coisas que já existem... o Tom inventou uma maneira completamente nova de tocar! Espero que a história lhe faça justiça e que fique para sempre recordado como um dos génios deste instrumento com pouco tempo (cerca de 70 anos ou 80) que é a guitarra electrica.
Acerca do concerto, a escolha das musicas foi quase perfeita (faltou a Wake Up para ficar satisfeito) e infelizmente o concerto foi curto. Quando olhámos para o relógio a primeira vez, já se tinha passado 1 hora, e nem tinhamos dado por nada, de tão vidrados que estavamos. Rage Against the Machine são grandes e ponto final... e para quem como eu já vi "Rage Against the Cornell"... perceberam a diferença com certeza! :D

Quanto ao espaço do concerto: o Alive é o meu ideal de festival. Primeiro, atraiu um publico totalmente diferente da pimbalhada que foi o Rock in Rio. Segundo, e ao contrário do Rock in Rio, não tinha cada centimetro quadrado vendido a alguma marca. Terceiro, o espaço é muito melhor que um Super Bock Super Rock... o Parque Tejo é muito ventoso, e isso estraga o som. Quarto, as condições são muito melhores que no Super Bock Super Rock... como esquecer o ano passado as casas de banho que transbordaram e o lodo (e cheiro) que ficou! Quinto: os preços não são exorbitantes como no Rock in Rio. Sexto: para sair do SBSR é um martírio com o transito e transportes, nada com ali que saí num instante e estava a caminho de casa noutro.

3 comentários:

Pedro Sesinando disse...

Vampire Weekend parecem-me ser uns putos porreiros com quem é fácil simpatizar. embora em Barcelona tenham sido bem recebidos e tenham retribuido com uma excelente atitude, não foi nada comparado com a cara de estupefacção com que ficaram ao ver o público português a reagir. Aquele "you guys are fucking amazing" foi genuíno. MGMT em palco não me atrai. The National, concordo com a cena de não ser banda de festival mas gostei de vê-los a impor o seu estilo num palco menos intimista. Quanto a mim resultou. Hives foi brutal e Rage indescritível. Máquina muito bem afinada, nada de baldas e acima de tudo, percebemos que não é preciso falar muito com o público para ter boa empatia. Os vocalistas de Hives e Rage, cada um à sua maneira, tinham o público na palma da mão.

RedPill disse...

Este comment não é necessário porque serve apenas para concordar com o Sez... Mesmo tendo eu passado praticamente todo o concerto de Hives na fila para as bebidas... Em termos pessoais o concerto dos Rage esteve quase ao nível dos Pixies há 4 anos atrás no SBSR.
We were there to Testify the Battle of Algés :) Quem não foi nem sabe o que perdeu...

Jorge Oppenheim disse...

epá n tenho paciÊncia pa hives. pena ter perdido hercules & love affair, que acho segundo sei foi óptimo. national pelos vistos comparativamente com o da aula magna foi fraco, mas é normal...
rage foi mesmo muito bom!